14/04/2012

Haja maquina! Vem aí o AVC Ultra da Panasonic...



Entre as novidades a serem apresentadas pela Panasonic na NAB 2012, além do quase certo lançamento da nova versão da AG-AF100, que provavelmente virá com sensor Super 35mm, competindo assim de igual para igual com a Sony F3 e Canon C300, a empresa japonesa deve mostrar com mais detalhes a nova família do codec AVC Ultra. O novo compressor de vídeo, baseado no padrão H.264, será bem mais robusto e flexível que o atual AVC Intra 100.

Comparado com o AVCHD, que trabalha com taxas em torno de 28 Mbit/seg, a família Ultra poderá trabalhar em taxas que vão de meros 3,5 Mbit até 440 Mbit/seg, de acordo com a aplicação e necessidade do fluxo de trabalho. Na verdade a família AVC Ultra seria mais parecida com um sistema pois terá opções de configuração para várias tarefas.


O AVC Ultra está de acordo com os parâmetros da especificação MPEG-4 Parte 10, utilizando configurações de perfil até 4:4:4 Intra Predictve Profile adicionalmente um codec proxy de baixa taxa de dados para gravações que requeiram pouco espaço, agilidade de transferência por diversos meios e facilidade de edição.

O membro mais eficiente da família Ultra será o que a Panasonic chama de AVC-LongG, que permite compressão de vídeos com resoluções até 1920 x 1080 @ 23,9, 25 e 29,97p com 10 bits de profundidade de pixel a uma taxa de sampleamento de cor 4:2:2, com taxas de dados tão baixas quanto 25Mbit/seg. Somente para comparar, o AVCHD trabalha hoje com cerca de 28 Mbits/s de taxa de dados a 8 bits 4:2:0. Então podemos esperar um codec que, se por um lado necessita de estações de trabalho velozes, por outro deixara de ter os problemas relacionados a pouca definição de cor principalmente para atender necessidades de pós produção como cromakey por exemplo.

Em um nível mais acima, o atual AVC-Intra classe 50 e 100 está tendo um upgrade para a chamada Classe 200 e Classe 4:4:4. A Classe 200 estende a taxa de dados para 226 Mbit/s para os formatos 1080/23,97p, enquanto a Classe 4:4:4 amplia a possibilidade de resolução de 720p até o formato 4K com profundidades de pixel de 10 e 12 bits.  Qualidade boa o bastante para cinema digital 4K poder ser capturado em gravadores externos mais simplificados e quem sabe, em um futuro próximo, até mesmo em cartões SDXC que a cada geração melhoram a velocidade de leitura e escrita.

Ainda falando na Classe 4:4:4, sua taxa de dados vai variar entre 200 e 440 Mbit/s dependendo da resolução, taxa de frames e profundidade de cor. As duas novas classes trabalham com codificação Intra-frame apenas. E finalmente o modo AVC-Proxy permite envio de conteúdo de forma extremamente rápida e edição off-line em 720p e 1080p com taxas de dados variando entre 800 Kbit até 3,5 Mbit/seg @ 8 bits de profundidade de cor 4:2:0. Isso significa que repórteres em coberturas externas poderão enviar o material capturado até mesmo por celular 3G para a emissora, com qualidade suficiente para exibição em coberturas ao vivo nos telejornais.
Conforme venho adiantando aos meus leitores, desde o final de 2011, nos diversos posts sobre novas tecnologias e equipamentos, está muito claro o que minimamente podemos esperar da NAB 2012 e qual será a tendência para os próximos dois anos. E sempre lembrando que esse biênio, aqui no Brasil e porque não no restante do mundo, coincidirá com o início da cobertura da Copa do Mundo de 2014 por emissoras ao redor do mudo.

1.     Os codecs de alta complexidade e compressão como o AVCHD ganham seu reinado definitivo na captura em todos os níveis de qualidade profissional;
2.     Os formatos 2K e 1080 @ 60 quadros progressivos serão o padrão para captação broadcast. O formato 60i (entrelaçado) estará definitivamente encerrado.
3.     As câmeras ficam mais robustas e profissionais. E uma grande novidade que está fazendo a cabeça dos fabricantes para conquistar a confiança dos compradores é o conceito de “a prova de futuro”. Ou seja, os equipamentos poderão sofrer atualizações de firmware para receberem melhorias operacionais, não sendo necessária a substituição prematura dos mesmos a cada nova tecnologia.
4.     O formato 4K de cinema digital estará cada vez mais próximo da produção para televisão. A maioria das câmeras a serem lançadas este ano sairão ou com o formato já disponível ou com promessa de disponibilização, via atualização de firmware para o início de 2013.
5.     Boa parte das câmeras não trarão mais lentes fixas e nem mesmo serão vendidas com lentes, deixando aos compradores a escolha da ótica a ser usada, de acordo com a necessidade específica do projeto;
6.     A saída de vídeo 3G-HD/SDI será quase um padrão para esses novos equipamentos, permitindo a transmissão de vídeo de alta qualidade para switchers de corte ao vivo ou conexão com gravadores externos de baixo custo.
7.     Quase todas as câmeras oferecerão a possibilidade de gravação de conteúdo em alta qualidade em mídias removíveis internas, dispensando na maioria das aplicações o uso de gravadores externos.

Portanto, caros leitores, agora mais que nunca é preciso estarmos atentos quanto a aquisição de novos equipamentos. Nos últimos quinze anos nos acostumamos com câmeras quase padronizadas, de lentes fixas e com gravação em dois tipos básicos de fitas: Betacam e MiniDV. Isso sem falar na operação mais simplificada e mesmo automatizada.

O desafio de lidar com mídias de estado sólido ainda quebra a cabeça de muitos profissionais. E as novas câmeras de lentes intercambiáveis, de funcionamento muitas vezes totalmente manual, fará com que muitos voltem aos velhos manuais de fotografia e mesmo tirem da gaveta os bons e velhos fotômetros em alguns casos. É hora de estudar!

Grande abraço a todos!

Marcelo Ruiz

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